Eduardo Taddeo - Sob o Signo do Medo

[Letra de "Sob o Signo do Medo" com Eduardo Taddeo]

(Parte 1)
No Brasil só existe democracia no medo
Ele atinge ateu, cristão, pobre, rico, branco, negro
Atinge o de Mercedes Black, MBA, mestrado
O de farda, o de uniforme com inscrição do Estado
Um semelhante na direção desperta o pavor
De um Face mesmo cuzão e vim 6 no tambor
Não importa a hierarquia no crime e o arsenal
Vai ter metade X1 e ser emboscado por rival
Não importa a carteira de magistrado
Não vai dar uma no swing sem vigia armado
PM não vê a matança todo dia no morro
Porque treme pra Jericho Baby Eagle abrindo fogo
Se não fosse o cu na mão do agente penitenciário
A tortura seria o dobro no sistema carcerário
A favor da represália vinda dos presídios
É o freio pra ministro da justiça assassino
Nosso abalo emocional tem lógica
Quando a chance é dois por um final Guararema rota
Com autoridade publica condecorando gambé
Por inflar as tábuas de mortalidade do IBGE
Não é teoria de massacre do Eduardo
O lote que matou Marielle é o que chacinou em Osasco
Corrigindo, não temos alegria no DNA
Só o temor de ser a próxima nuca que o Estado vai balear
(Refrão)
Pow! pow! pow! pow! pow! no regime satânico
Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
Pow! pow! pow! pow! pow! O vigia funcional, o furador
Todos sem exceção são reféns do terror

(Parte 2)
Somos anomalias do planeta branco
Artérias entupidas de síndrome do pânico
No bafômetro, em vez de detectar álcool etílico
É mais fácil mililitros de anti-depressivo
Temos os mesmos traumas das vítimas das batalhas
Do Paquistão, Iêmen, Ucrânia, Somália
Invocação do mal: Político no fim do mandato
Vai pro exterior pra fugir de atentado
Por causa deles, desenvolvemos a tática
De professor tocar violão pra amenizar temor a bala
O boy financia a sociedade da histeria, fobia
Esquece que não tem pele feita de aramida
Que o GPS pessoal só produz um resultado
Rastreia as cinzas no porta mala do Golf carbonizado
Sei onde mora o pânico da classe rica
Na Ideologia afrodescendente ativista feminista
Que diz que não precisamos cantar o hino, ser filmados
E sim de líder vindo das ruas de barro
Que diz que nem no inferno é normal vender DVD pirata
Com cena real de preso degolando preso na faca
Tomada por calafrios, mãe reza o terço
Pro filho ir pro show sem trombar com ódio policial
Leis que encosta Zé, não se mexe, vai morrer, ta fudido
Por 'tar' com a camisa do rapper defensor de bandido
(Refrão)
Pow! pow! pow! pow! pow! no regime satânico
Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
Pow! pow! pow! pow! pow! O vigia funcional, o furador
Todos sem exceção são reféns do terror

(Parte 3)
Quem falou em paz devia ta muito louco
Aqui matam em vão, no velório, carboniza o corpo
Propaganda de terror: Olha o preço de mexer com a gente
Abala os parentes psicologicamente
Temo que os muleques vendo os armados de moto
Tentem falar as mesmas gírias, serem os próximos
O receio que sigo religioso contra aborto
Que não liga se a grávida trabalha no meio do mofo
Em nome de Deus protege a vida intrauterina
Enquanto apoia o governador da sugestão assassina
Que quer implantar mais uma pena de morte no Brasil
Tiro de Sniper pra quem importar Fuzil
A mídia é tendenciosa ao governo patrão
Vão te fazer ter pavor de lutar contra regimes de exceção
Só moribundo vai ver que adiaria sua missa de finados
Com coquetel Molotov no Bus articulado
Meu medo é que sigamos aceitando jogo de camisas
Botijão, política assistencialista
Sem orientação, amarrando arquiteto na dinamite
Pra fechar puteiro e torrar com cocaína e Whisky
Não escrevo pra receber Nobel da Paz em Oslo
Apenas pra não ver os nossos assinando no fórum
Pra erradicar o temor que aos seis anos já assusta
Pro vício da mãe o levar pra família substituta
(Refrão)
Pow! pow! pow! pow! pow! no regime satânico
Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
Pow! pow! pow! pow! pow! O vigia funcional, o furador
Todos sem exceção são reféns do terror

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