Gabriel, o Pensador - Profecia

[Letra de "Profecia" com Gabriel O Pensador]

[Intro]
Hahaha, Profecia

[Verso 1]
Aulas, olha isso, quem diria?
Eu me orgulho feito um pai olhando a cria
Misturando futurismo e nostalgia
Olha o rap onde chegou e eu moleque já falei que chegaria
Nostradamus não previa, mas eu via
Muito antes de ser moda, afirmar que o rap é foda
Quando a gente abria a roda em qualquer periferia
Ou no centro, ou numa praça ou na quadra de uma escola
Nossa escola, velha escola, nossa escolha, correria
Break, beach, poesia
A coisa certa eu já fazia, tipo Spike Lee diria
Nada disso dava likes, eu já tava lá no mic, já sabia o que queria
Liberdade pra buscar sabedoria
Sem saber e sem querer saber se alguém me seguiria
Mas sabendo que eu seguia um sonho que eu conseguiria
Bem seguro que ninguém seguraria
E nem segura esse moleque que ainda mora no meu peito
Vou seguindo desse jeito
Que inspirou muito moleque a fazer rap como eu faço
E, até hoje, quando eu faço rap, meu braço arrepia
Trinta anos não são trinta dias
Nós traçamos nossa profecia
[Refrão]
Se o muro for alto, eu escalo e grafito
Se ainda não existe, eu fabrico
Se fecham a cortina, meu show não termina
E se mandam sair, é que eu fico
Se mandam falar, eu me calo e reflito
Se tentam me calar, eu grito
Se eles estão na moda, eu sou esquisito
Se o mundo é de chumbo, eu levito
Se todos duvidam, acredito
E se todos concordam, eu duvido
Se me pedem corda pra forca, dou força pra vida
E se todos têm voz, tenho ouvido

[Verso 2]
Crianças, se comportem, que essa aula é importante
De Ciências e da experiência de quem chegou antes
É de História e Lógica, e vai cair na prova
Se não fosse a velha escola, nem existiria a nova
É óbvio, mas se quiser que eu explique, eu desenho
Com um grafite, parecido com o que eu vi no beach street
Eu tinha só 10 anos e o ano era 84
Fiquei estupefacto quando vi o DJ nos pratos
O fato é que eu pirei no movimento, até tentei dançar
Mas não sabia nem fazer o moinho de vento
Aos 11 eu já rimava, mas ainda passou um tempo
Até eu mostrar pra muita gente que o rap não é passatempo
Enquanto o tempo passa, a gente encontra contratempos
Mas a graça dessa vida é viver cada momento
E o tempo, quando passa, só traz arrependimento
Pra quem duvidou dos sonhos e não tentou 100%
Conquista é pra quem não desiste, então insista
Como um skatista quando tenta o seu primeiro flip
Depois vibra feito Burnquist lá na Mega Rampa
Ainda lembro da primeira vez que fui cantar em Sampa
Da estação São Bento ao show no Japão
Eu explicando o que era rap lá no Jô e no Faustão
Eu inspirava muitos outros quando era só um garoto
Com uma ideia na cabeça e um microfone na mão
Agora muitos tão voando no som
Mas pioneiro é pioneiro, tipo Santos Dumont
Se não inventasse o avião, geral ficava no chão
Muita bagagem, milhagem não cabe nem no cartão
[Refrão]
Se o muro for alto, eu escalo e grafito
Se ainda não existe, eu fabrico
Se fecham a cortina, meu show não termina
E se mandam sair, é que eu fico
Se mandam falar, eu me calo e reflito
Se tentam me calar, eu grito
Se eles estão na moda, eu sou esquisito
E se o mundo é de chumbo, eu levito
Se todos duvidam, acredito
E se todos concordam, eu duvido
Se me pedem corda pra forca, dou força pra vida
E se todos têm voz, tenho ouvido

[Saída]
Conquista é pra quem não desiste
Conquista é pra quem não desiste
Trinta anos não são trinta dias
Nós traçamos nossa profecia

Comments

  • ×