Tara Perdida - Morfina

Sou como um dia de Inverno, frio, gelado e parado no meio do vazio
E nada irá mudar
Sou como um vício nefasto, doença incurável, consistente
E o corpo no olhar
Problema sem solução
E sem chamar à atenção
Não há nada a fazer, nem a dizer
Sou como a dor que percorre, o corpo foge sem nome
A droga alimenta, aquilo faz delirar
Sou a morfina injetável
À espera que o incorável chegue ao fim da viagem
E está a chegar
Problema sem solução
E sem chamar à atenção
Não há nada a fazer, nem a dizеr
E vou tentar não entendеr
E vou errar ao perceber, que a vid' acabou
E vou esperar até para ver
O que vai acontecer, e tudo mudou
Sou como um rio que corre com destino incerto
Sem saber quem sou e onde vou estar
Sou como a chuva que cai, vento e tempestade
Noite fria, sem contemplar
Problema sem solução
E sem chamar à atenção
Não há nada a fazer, nem a dizer
E vou tentar não entender
E vou errar ao perceber, que a vid' acabou
E vou esperar até pra ver
O que vai acontecer, e tudo mudou
E voltar à questão
E sem nada a fazer
À espera da solução
Que não vai aparecer
E vou tentar não entender
E vou errar ao perceber, que a vid' acabou
E vou esperar até pra ver
O que vai acontecer, e tudo mudou
E voltar à questão
E sem nada a fazer
À espera da solução
Que não vai aparecer
O frio da morte sente-se

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